terça-feira, 20 de julho de 2010

Fobia Social - Parte 2

Retirada do Site Marie Claire (comentada por mim)



"Eu tinha medo de dizer não" Valéria, 30 anos, arquiteta carioca


"Os primeiros sintomas de ansiedade excessiva surgiram por volta dos 15 anos. Na escola, tinha taquicardia e tremores antes de apresentar trabalhos na frente dos colegas e isso afetou meu desempenho.


Nas rodas de amigos, eu ficava calada e, se alguém me dirigia uma pergunta, ficava vermelha de vergonha. Tinha medo de ser criticada se precisasse concordar ou discordar com a opinião de alguém (eu raramente discordo... ai, ai). Temia também dizer não às pessoas, achando que seria desagradável.


Quando juntava coragem para ir a festas, ficava num canto, calada, sem dançar (isso aconteceu comigo não tem muito tempo, como aqueles pessoas pagam pra ir ali e gostam? Sendo que eu estava ali forçado e querendo ir embora?). Comer em público era outro problema: tinha medo de que as mãos tremessem ao segurar os talheres (bom, disso eu não posso reclamar, meu estômago agradece). Na época do vestibular, fiz dos estudos uma válvula de escape. Cortei de vez festas, idas ao cinema, reuniões. Praticamente anulei minha vida social (parabéns, a minha continua anulada).


Eu queria ser igual às outras pessoas, mas não conseguia. Eu me achava a única no mundo assim e guardava esse segredo a sete chaves (veja, já somos dois ao menos).
Há cerca de seis anos, procurei ajuda médica e fui diagnosticada como fóbica social. O tratamento com medicamentos e sessões de psicoterapia durou cinco anos. No começo do ano passado, achei que estava pronta para largar ambos.


A fobia social nunca atrapalhou minha carreira profissional, mas prejudicou muito minha vida social e afetiva. Desisti de muitos pretendentes, deixei de viver e de fazer muita coisa. Sofri calada por muitos anos."

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